sábado, 25 de abril de 2009

Sair à rua

É a ovelha mais ovelha de todas, aquela que grita frases de ordem. O senhor do megafone, o líder do rebanho, é, também, uma delas, uma ovelha, mas é uma ovelha perversa, uma ovelha manietada pelo pastor para assegurar a ordem dos passos, da marcha lenta e ordenada.

Já gostei, mas já não gosto de desfiles e manifestações. Acho o princípio da coisa bastante válido, acho as demonstrações de força formas ainda úteis de alertar para que algo vai mal. Mas isso é a excepção. Contam-se pelos dedos de uma mão as verdadeiras mobilizações de pessoas descontentes que, nos últimos anos, mexeram de facto com a sociedade, que abanaram as estruturas.

Por isso, hoje, as manifs são quase sempre desfiles tristes de gente triste, sem ideias, que precisa das tais ovelhas perversas, as de megafone na mão, para seguirem um caminho. Não me chega a ideia de que há gente que precisa de quem fale por elas. Não me chega a ideia de que é necessário um sindicato para defender o interesse dos trabalhadores. Não me chega a ideia de que houve um Abril que nos deu Liberdade e, agora, isto é uma luta a dois, entre Capitalistas e Proletariado. Não chega dizer que Abril não morreu. É preciso que cada um viva Abril dentro de si. Como disse JFK, não devemos perguntar o que é que Abril faz por nós, mas o que é que nós devemos fazer por Abril.

Conquistamos a nossa liberdade com determinação, mérito, espírito de sacrifício, talento, e não com gritos de ordem patéticos e desfiles que deviam continuar a existir apenas para que as datas não morram, e não como tentativas de prolongar uma luta contra um inimigo que já não existe, ou que existe, mas está travestido, e, por isso, tem de ser combatido de outra forma.

25 de Abril sempre,
Fascismo nunca mais!

Sim, como é óbvio.

A luta continua,
Abril está na rua!

Por amor de Deus!

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